2ª PARTE
De
qualquer modo, e por terem já aparecido contrafações do livro,
escrevo este artigo para ajudar a reconhecer the real mc coy.
Nem
sequer me vou referir aos problemas que envolvem a data de publicação
deste volume, incerta e debatida ad
nauseam
em sites
excelentes, como, por exemplo,
o do João Vagos, trabalho exaustivo de pesquisa e imagemque reúne capas impecavelmente fotografadas de diversas coleções
emblemáticas, ligadas à ficção cientifica: http://coleccaoargonauta.blogspot.pt/ . O objetivo assumido deste
artigo é o de estabelecer,
duma vez por todas, referências
que permitam a um potencial comprador distinguir o trigo do joio
literário (que também o há...).
Em
princípio, o que aparece com alguma frequência é o volume duplo,
comemorativo dos 200 números da Vampiro. Imitando a Ace Double,
coleção americana que congregava dois livros no mesmo volume, lá
aparece dum lado O Caso da Vela Torcida, de Erle Stanley
Gardner, e do outro Estação de Trânsito, de Clifford D.
Simak.
Devido
à raridade da outra edição, é este quase o único meio que os
leitores tem para apreciar esta obra (a não ser que a leiam no
original inglês). Para mim, Simak tem outras bem melhores, mas os
gostos são estritamente pessoais, e também não os discutirei aqui.
Pelo que dizem, não se discutem (se bem que, às vezes, se tenham de
aturar...).
Suponhamos
que quero comprar um 130-A (e quem não quer?!). Aparece na net uma
pessoa a vende-lo por um preço acessível. Ótimo, mas… já
apareceram contrafacções do livro, produzidas através da
manipulação do vampiro 200… então, como ver se o produto é
fidedigno?
A
primeira referência para reconhecer a edição verdadeira é que ela
é single, e não dupla.
A
capa: em geral, a capa da Vampiro tem cores menos saturadas, mais
suaves do que a da Argonauta; esta última, para além da saturação
cromática, apresenta os brancos com uma dominante amarelada intensa,
talvez devida à passagem do tempo.
Capas de Vampiro 200 e de Argonauta 130-A |
Uma característica comum às duas capas é que, no extremo superior (em verde oliva, e contendo a menção “os grandes romances de ficção científica”), a última letra está semicortada, apresentando uma guilhotinação exagerada, o que faz com que apareça apenas a perna esquerda do A final. As capas das imitações tendem a apresentar o A completo.
A
contracapa: A contracapa da Vampiro apresenta a capa do Caso da
Vela Torcida, de pernas para o ar; a da Argonauta é como segue na foto.
Contracapas de Vampiro 200 e de Argonauta 130-A |
A lombada: A da Vampiro tem cor azul forte, com os títulos em preto e os autores em branco, lado a lado; a da Argonauta tem cor dada por um filete fino, vermelho (que devido ao tempo se apresenta mais acastanhado), com as letras impressas a preto.
Lombadas de Vampiro 200 e de Argonauta 130-A |
A
primeira página: Enquanto na Vampiro o título aparece em tipo
mais pequeno e chegado à direita, na Argonauta o tipo é maior e
mais espaçado; em baixo aparece uma advertência ao leitor, que na
Vampiro constitui uma mancha gráfica à esquerda, e na Argonauta, à
direita
A
segunda página: A segunda página da Vampiro aparece nua,
enquanto na Argonauta aparece a lista das obras anteriores e a
publicar.
2ª pág. Vampiro 200 |
2ª pág. Argonauta 130-A |
A terceira página: A da Vampiro refere-se ao facto de ser um número comemorativo, com o número, um volume duplo e o logotipo respetivo (o morcego de asas abertas); a da Argonauta mostra o número 130 – A, o logotipo LB dos Livros do Brasil e o da coleção Argonauta (o ícaro voando em direção a uma estrela).
3ª pág. Argonauta 130-A |
A
quarta página: A única diferença reside em que, na Vampiro
menciona-se em rodapé que o livro foi feito nas oficinas gráficas
de Livros do Brasil, Rua dos Caetanos, 22, Lisboa; na Argonauta
aparece apenas – Oficinas Gráficas de Livros do Brasil, Limitada.
4ª pág. Argonauta 130-A |
4ª pág. Vampiro 200 |
O
fim de qualquer dos livros apresenta o
próximo volume da coleção Argonauta como sendo O Signo do Cão, de
Jean Hougron, em forma de sinopse.
Cadernos
das duas edições: qualquer das duas edições é composta por
cadernos de 16 folhas, que se reúnem para formar o corpus do
livro; estes cadernos estão marcados na parte esquerda do rodapé em
tipo miúdo com a menção: nº do caderno + V. 200; assim, nas
primeiras 16 folhas temos o primeiro caderno (sem marca), na pág. 33
temos o segundo (2-V. 200), na pág. 65, o terceiro (3-V. 200), na
pág. 97, o quarto (4-V. 200), na pág. 129, o quinto (5-V. 200), na
pág. 161, o sexto (6-V. 200) e na pág. 193, o sétimo e último
(7-V. 200). Lê-se portanto “caderno 7 da Vampiro
200”.
caderno 2 |
caderno 5 |
E pronto, de posse destes elementos a todos será fácil abrir a pestana e evitar adquirir qualquer produto menos próprio. Até à próxima, fiquem bem e sobretudo leiam FC!
José Paula Santos
José Paula Santos
Ena, um conjunto de informações muito úteis, que finalmente desvendam muitas das questões e dúvidas que se colocam relativamente a quem anda à procura do mítico nº 130-A!Estou convencido de que a comunidade dos coleccionadores da Colecção Argonauta ficará muito agradecida!
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